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terça-feira, setembro 21, 2010

O que Une e Liberta


Ouvia a taça tibetana, sentia a sua vibração, entrava em sintonia com o ar que vibrava, com o som que se dividia em agudo, base e som habitual. Modulava o fluir da haste que lhe dá sentido, sentia o centro na respiração, eu era o som, era a taça, era o ar que entrava e saia dos pulmões e que ecoava em redor… e, subitamente, os sinos da igreja começaram a tocar. A minha taça respondeu e vibrou – um som subtil – como um canto claro, que se fez cristalino.




Uma voz de criança ecoando entre as sombras, que se elevava em ondas de bruma numa manhã cinzenta…



Parecia que aquela magia terminava ,quando outro sino tocou ao longe e – estranho – a minha taça ecoou nesse canto fino, nessa voz apenas perceptível, nesse raio de sol por entre um dia de inverno; depois um terceiro sino ao longe iluminou o éter… a minha taça, o meu ar nos pulmões, os sinos ao longe e todo o ar que vibrava entremeio - todo o tempo que passava entre os três, e a distância que parecia separar o que está sempre junto – nesse instante, nesse lugar – tudo se fazia um e a luz cantava…



Se tudo o que amo e amei, ao longo de todo o tempo e espaço, entrasse em sintonia – como um coro de vozes intemporais, como crianças que cantam em uníssono, e se unisse ao mesmo acorde de luz dos que amam, então o mundo seria iluminado.

Se – no caminhar - sentisse ecos dos passos daqueles que amo e amei, caminhando em silêncio, em frente e atrás, lado a lado, então a marcha seria um rio e os entraves da vida seriam desbordados por esta força que move montanhas e limpa as imundícies da vida.




Se cada ser que ama a vida e aspira a ser parte de um mundo melhor, respirasse em uníssono, criaríamos uma brisa que seria vento, levando as nuvens negras para lá do horizonte.



Como vasos tocantes, sintonizando aquilo e aqueles que me fazem sorrir, sou mais do que eu. Estou em contacto com aqueles que amaram no passado, como aqueles que amam agora e impulso aqueles que amarão no futuro.

O medo é a única cegueira…

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