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quarta-feira, dezembro 02, 2009

La Vita é Bela

O Barco parecia não aguentar o temporal. Por todos os meios, os homens procuravam segurar as velas, mantendo-as firmes, ainda que a qualquer momento poderiam rachar…
Quando os passageiros subiram ao convés, não entenderam como podia ter acontecido o milagre… Deus havia-os poupado e as suas preces foram ouvidas pela Dama Imaculada.

Os botes salva-vidas haviam desaparecido. As velas nem sequer haviam sido recolhidas pendendo ao vento, desgarradas.

A embarcação havia rumado milagrosamente até à costa, e ai se tinha mantido - varada, até que raios de sol matutino haviam acariciado as madeiras húmidas, fazendo o vapor subir em Espirais…

João corava de vergonha. Sentia a falta do seu pai – marinheiro neste barco… como podia ter sido abandonado, como podia ter sido deixado à deriva sem explicação?

A raiva e a revolta fizeram de João um soldado da paz. Com a sua divisa azul imaculada, levava palavras sábias a todos aqueles que queriam ouvir…

Entregava-se à causa e dava tudo o que tinha por fazer deste mundo um lugar mais justo e de maior valor…

Lutou contra aqueles que eram bribões, que davam mau nome à terra onde nascera e de onde partira cedo…

Um dia, passeando perto do Mar, viu um Madeiro flutuando à deriva.

Nunca soube explicar a razão pela qual o fizera, mas mergulhou em pleno inverno entre águas salgadas.

Retirou o madeiro e lá viu um nome gravado – albatroz…

O nome iluminou sua mente.

Compreendeu e aceitou.

Passou os seus dias caminhando entre as gentes, sorrindo para os desconhecidos, falando pausadamente e olhando de relance.

Um dia, talvez um dia, o visse novamente e lhe pudesse dizer o quanto o amava.

Um dia…

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