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sexta-feira, maio 22, 2009
Os palhaços da vida
Hoje enfileirei por mais uma sessão de rastreios em prol de uma associação humanitária. Quem dá o seu tempo a troco de nada, quem se oferece para dar assistência mesmo quando a sua própria vida corre perigo, merece tudo o que se possa dar – chapéu para os soldados da paz. Estes são os meus “5 cent. de euro” para a vossa causa…
Calhou de ir parar a uma freguesia pequena. Num café, lá se ia atendendo como se pode. A um dado momento, vem uma senhora de negro, dos seus quarenta e poucos anos.
“Toma alguma medicação para o colesterol, tensão ou diabetes?” – pois o rastreio é mesmo nestas temáticas. Ela lá olha, olhos de vermelho, esclera injectada em sangue; pesar no seu olhar… está a tomar comprimidos para a depressão… que bem te conheço mulher!!
E, tensa, lá vai confessando que, se os valores da tensão, do “açúcar” e do colesterol não estiverem bem, ela não sabe que mais fazer. Cumpriu tudo o que mandou o médico. Cumpriu bem.
Há um olhar de reconhecimento partilhado enquanto o elemento da mesa aponta os valores num cartão. Sai uma piada fácil; ela sorri… eu também. O rosto pesado e macilento dá lugar a algo que irradia. Consigo ver a sua face pela primeira vez; talvez ela veja a minha. Ela já não de preto e eu já não de bata branca.
Rimos; nossa voz é gargalhada, ainda que na alma haja pranto.
O meu mais sincero obrigado aos bombeiros, por tudo o que fazem no dia a dia. E obrigado também a todos os palhaços que vão enjeitando horas difíceis; como um Benigni numa vida que muitas vezes não é bela.
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1 comentário:
São voçês os herois anónimos de que ninguém fala apesar de serem os únicos que merecem TUDO!
Um grande Bem Haja a ti e a todos como tu.
Um abraço
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