Penso na consciência colectiva, penso em Carl Jung e nos seus arquétipos, penso no número crescente de humanos encarnados cultivando o feminino e penso na instituição dos valores de beleza e sensibilidade como predominantes, penso na nova era que se avizinha, penso…
Penso em Eva – que significa “Vida” – e em Adam (uma tipo específico de barro avermelhado que eu associo sempre a “Forma”).
Como arquétipos implicariam o feminino como conteúdo ou substrato e o masculino como forma, definição.
Veria na semente da Humanidade um todo que anuncia um germinar no qual o masculino representaria a casca e o feminino a sêmea.
Um - o lógico linear - o outro - o intuitivo; um o criativo o outro o definidor.
Ambos um sistema com tendência para procurar harmonia entre as suas partes constituintes numa correlação sincrética.
Vejo o hemisfério direito e esquerdo do cérebro procurando uma cooperação perfeita. Vejo o Este e o Oeste do Paraíso convergindo para unificar na ilha das macieiras um todo unificado com a vida e a ciência do bem e do mal já não mais em conflito, contraste ou desconhecimento da sua comunhão.
Vejo uma explosão e luz no trono – na sela turca do corpo físico – enquanto pituitária e pineal se mesclam num tom próximo…
Uma semente de casca grossa morre abafada pela opressão da sua própria estrutura que não deixa rebentar a planta a nascer.
Uma semente de casca fina esmorece e se esvai pela ausência de estrutura antes de se madurar em plenitude.
Já se matou o touro, já se sacrificou o cordeiro, já se pescaram os peixes… agora devemos encontrar a harmonia das águas que se juntam numa era dourada – num equilíbrio sem opressão ou desleixo entre a forma e o conteúdo.
Acreditaremos na elaboração do hermafrodita, na ancoragem das energias masculina e feminina em medida dourada, envolvendo os receptores físicos com capacidades de sintonizarem as cristas e cavas do “comprimento de onda” criador?...
É um desafio que vai transcender a força dos números… bem vistas as coisas, a maioria de nós - com outros corpos e outros egos – está em fase dormente e adora o jogo de contrastes que nos brinda a ignorância da nossa fonte.
É legítimo - e por isso é admirado - o estadio “humano”: pela capacidade de se “esquecer” da sua essência intrínseca - consoante com o resto do Cosmos - e viver num estado de "esquizofrenia" com seis biliões de sub-personalidades.
Mas – crendo em conceitos como “Massa Crítica de Consciência” (ver livro interessante “A Profecia Celestina” – de James Redfield), sentimos que a vivência da vibração comum a masculino e feminino em harmonia - por um número eficaz de indivíduos - expandirá a consciência colectiva para além da identificação com a fracção e o ser egoico.
Permite-se assim uma vivência que inclua os corpos físico, mental e emocional - com os que nos identificamos tendencialmente nesta era das regras e definições exógenas – e a continuidade na escada de Jacob para o intuitivo e a sua correspondente proximidade ao Todo relativamente ao plano actual.
Expandindo-se a consciência do ser e a capacidade vibratória da “aparelhagem receptora”, a consciência da ligação ao “Todo” - ao Cosmos - será imprimida em grau mais ou menos generalizado sobre a humanidade a título particular, e sobre a Terra a título geral.
Se a estação emissora mantém um sinal constante e perfeito, a capacidade do aparelho receptor determina se apenas captamos imagens a “preto e branco” com som “mono” e sem “teletexto” ou se fazemos “upgrade” ao modelo de “televisor” e começamos a receber algo mais do comprimento de onda da emissão eterna.
Os riscos das transições são conhecidos do passado: a identificação com o esquema existencial prévio, a resistência à transição, o agarrar-se às “roupas velhas” apenas procurando remendos em vez de se vestir as “roupas novas” para o “banquete”… estes factores provocam cisão, sofrimento por se “rasgar” a crisálida a “contra gosto” e sem entrega do ego para a sua morte como lagarta e (re)nascimento como borboleta.
Não se assustem – “Apocalipse” apenas implica “Revelação” ou “Visão de Futuro” - não o negrume que se tem espalhado.
Lembrar também que – semear medo, dúvida ou descrença é arte de Maquiavel. Plantar esperança, fé e amor é outro tipo de Arte bem diferente.
A decisão está na mão dos alguns que sentem como o palpitar do grande Ser - que é nossa essência - se vai alterando à medida que nos aproximamos da transição.
A nossa capacidade de entrega incondicional dita de forma directa a forma como a consciência colectiva se eleva na sua nova fasquia, expandindo a consciência individual para um patamar acima neste seu caminho de despertar como Um, ou “Todo”.
Para uma melhor compreensão do que implica o limiar de massa crítica de consciência e a sua importância no processo de transição para a "revelação" do futuro, procure-se “The Hundreth Monkey” de Ken Keys.