levantado... contentes... portodo este mundo espalhado
povo de nossas gentes mais não velado
assim eloquentemente
de novo reencontrado
a se reencontrar
em todo e qualquer lugar
fala de saber
das gentes de viver e crer
dos mais simples sempre presentes
quenasce e que flui desde as mais altas vertentes
das águas puras dos rios correntes
das veigas e dos milhos
e dos trilhos
assim tão eloquentes
de noites veladas
dos "s. João" em terras prezadas
das fogueiras desde outrora saltadas
junto ao mar pedras bolideiras ainda içadas
Minho de alto a baixo
minho que é da terra e das gentes
das águas vivas e fluentes
que é linha de unir e de juntar
é linha de definir e mais não separar
nos outeiros das verdes maresias
entre as copas das árvores antigas
que de novo - um dia - seja sol ou luar
se encontrando, se reconhecendo e aceitando
assim vão voltar
"cons" e lume vivo
de novo a se juntar
rochas vivas das vivas gentes
a se concelebrar
ainda hoje esperando
tanto...
tanto...
nessa voz viva
de novo a se entrelaçar...
seja meiga voz antiga
denovochamada de amiga
seja o cavaleiro do eirado
que navega por rio e mar e ceu estrelado
e se pousa
sempre a nosso lado
sobre outeiro derradeiro
assim o esperado
voz de todos nós que a cantamos
voz que se reconhece no povo
que é de estranho fado assim falado
voz das gentes antigas e presentes
voz "nossa" - vossa voz
assim certamente
que não mente à antiga água
da pedra bulideira que a farinha esmagava
com muinhos por todo o lado
"muinheira" de vida
entre as gentes de estiva
humildes e simples e vivas
assim em vida mantida
das rodas vivas que se dançavam
em festas e romarias que se comemoravam
entre os milhos e as espigas e as estivas assim se davam
gentes meigas
gentes vivas
gentes da terra por sempre amigas...
Deste-me aromas de incenso
dormi contigo entre urzes e lamas
senti o brasão ser passado
de mão a irmão
irmanado
nosso sentir sendo dado
em vida e visão
assim coroado
povo da fonte e do rio
que entendes o dizer amigo
que ouves com devoção
cantigas de amigo
antigo
que volta com o coração aberto
esperando vivo
em peito desperto...
povo que talhas com vida
tabuas de morte eferida
povo que recordes - irmão
que há quem te defenda
há quem te compreenda
e que tua vida
sutenta
mesmo quandoa vida de outrém diz não...
machadinhas que cortam linhas
machidinhas do coração
tu és minha
eu sou de tua devoção...
talhar com voz de amor
musicas que falam da terra
das gentes e do seu coração
puro e agreste
algo que de mão em mão
tu assim me deste
rama do olival
duas linhas a se reencontrar
amor e vida
em acto de cor a gem
de novo a se encontrar
é algo que ondeia
ondulante
na brisa
a cantaste
assim a nomeaste
alguém que cura
estava
de coroa sentado
ondulaste?
a viste a sentiste
estiveste ali
mesmo a seu lado
assim em negro mostrado
assim em verde pintado
assim em dizer e fazer cantado
e de forma e fazer bem trocado
quando cantas
carol
algo se fala
além da linguagem do bomlusitano
do galaico
do castellano
algo que é vivo
e ondulado
se mostra na noite
estranho e obscuro fado
na roda viva
da gente festiva
encontraste o teu "namorado"...
Cantares de vida na noite mais dura
cantares que vida na noite assim apura
cantares de bastião levantado
cantares ao brasão
em brasa de uma lareira rezado
carolina estás aos pés
ergues-te pela cabeça
eveste-te ao "revês...
tens um ser que cura
bem coroadoe o calendário novo se acender
entre o que nos deram a aprender?...
.
acender o Brasão
porto de beira mar...
basta de lamentos
algo que evoque
a justiça
sem nome
de sua linguagem a se mostrar
de sua linhagem a se fazer notar
onde estará o que se canta
onde está o cálice que transborda
comn sua calma
o maor que se relembra
e comemora
algo que nos une
e reune
e em saudade se chora
quanto tempomais
demorará
o circulo a se abrir
e a espiral
de novo
a se mostrar
passaram os do cálice a nota ferida
do peito amais viva
passaram para a luz de titania espiga
da crista mais alta
da estrela mais viva
cálice que a vida contenha
que de vida tão cheia
a vida mais não retenha...
os braços estende amigos
aos eidos bem antigos
brei - relembra
o teu nome guarda
aquilo que aguarda
a regressar
o cálice
a vida
a estima
entre a terra e mar de amar
terras "d'el rei" são as lusitanas
terras da aínha são as terras ainda veladas...
da linhagem de vermelho leão
ou da do nobre e verde dragão
em negro se esconde
em sombras se mostra
em bruma e bretemas assim se gosta
entre o povo de esacalas
de escamas doiradas
assim se estabelece
e a vida inteira
em vida em bebece
uma musica e uma doca canção
um sentir pleno de um só coração
cheio o cálice
de novo de vida
da cristalina brecha
reencontrando a saída
brecha cravada nos céus
frente a teus olhos e aos meus
qual lágrima de alegria ainda eferida
que não se entende e que a outra vida obriga
se ouvires com a voz do coração
a voz do universo cantará sua canção
além das mentes e das cores e do que desmentes
encontrarás aquilo que sentes
o que por dentro sabes
mesmo que não fales
algo por dentro te sente
- em vida -
mais além da mente...
regressar ao centro
de onde partimos e aonde sabíamos
que voltaríamos
um dia uma noite
no suave da luz do luar
na luz do sol entre a prata a se entrelaçar...
enviamos ondas de esperança e de amor
entre terras de fogo e madeira de amor maior
entre terras de pratas
e águas a se transparecer
sol douradoe mundo esverdeado
sol e luar lado a lado
algo estranho
quando aparece assim
cantado
esquecido
olvidado...
entre o bastião de algo de emoção assim de novo nomeado
num mar de amar
que regressa
em noite estrelada
em sol que se faz luar
antesde que anoiteça
assim se transforma e transparece
algo mais puro que a prata
que o ouro
prevalece
amor que o medo esvazia
que é vida assim reescrita
em verdor de amar assim cingida
auroras nas terras frias e brancas
coisas de norte
qeu a sorte não apaga
tal como ventos que nos confortem
oriundos do mar de amar
desse oceano antigo e atlanticoe viv
e a espiga que aponte a norte´cantav«brico e de morte
assim reconheça e recorde
algo como bretanha
que marcha
de fronte
que mais não se confronte com o que se prometeu
que mais não se esqueça
do que ao mundo se deu
aurora forte que desperte esse tal sentir e ser
em verde e vermelho
no escuro do segredo
de uma noite assim renascer...
e entre um eclpse também coroar
terra e vida e lugar...
ignora a letra
ouve a musica
em frente adragões
em frente abretões
em alma e vida e corações
de novo se erguer
e andar
de novo
nem deixar
de mexer
nem correr
marchar...
marchar...
raios de aurora forte
em ti sinal de ressurgir
algo de verdor que demonstre
a aurora de um novo por vir
a luz de novo brilhando entre os rochedos
rochas que tods nós conhecemos
que entre luz de relampagos vivos fazemos
ainda que alguns de nós
ainda que a voz dos avós
nem no lo diga
nem no lo conte
nem as linhas novas o vejam de fronte
que o ressurgir está lento
semeado
está livre e é consagrado
em cálice vivo ainda sustido
na brecha antiga qual apelo divino
às linhas que aguardam
as linhas do cálice que guardam
eis que se ergue uma voz
falando de vida
de sonhos
de todos nós...
por um sentido
pleno e vivo
de novo se erguer
e agitando-se os filhos
os linhos no leito
de novo se erguer
sentido de regressar
ao centro de novo se colocar
entre as brumas
de um norte verde
sentem-se vozes
de avós
nos convidando
nos animando
se eguendo
connosco cantando
a sermos nós
de novo
a sermos nós
o povo
que caminhe
para as estrelas
em imagens e vidas
novas e antigas
sempre tão belas...
eferidos
e duros
não entendem
ainda "non"
que a voz que fala
é a voz desse coraçon
Rosa a mais pura e agreste
Rosa de vida
que sempre vida deste
que tal qual calice assim te chamaste
que lusitana assim nomeaste
que sendo de vida
entre carvahos e oi«uteiros
de dias antigos
de novo o sprimeiros
assim podes ser portentosa
se entre mãos de amar
não te encontras
assim poderás ser perigosa
Ca´lice de vida e de luz
ainda em amor trespassado
álice que vento algum de amar seduz
cálice da terra verde
em verde engalanado
não vais para lugar algum
estás em todoo lado
raiz de vida
em olhar de criança sustida
transparente assim
por ti
e por mim
mãos de abraço
de novo irmanado
abraço de coração a coração
assim em facto vivo e pleno
de novo reencontrado
o que se julgava
perdido
será de novo encontrado
o que se pensava caído
se erguendo
será de novo
o novo fado...
tudo em redor me diz
que tu ainda estás comigo
seja ao sol
ou ao luar
eclipse
duas coroas
a se coroar
tudo é vida em teu redor
compreender por amor
ver e viver
no mar de amar
o mar de Amar maior...
talvez verdade
talvez saudade
dealgo bem interior
de um tempo
de alvor...
cálice de vida embelezada
cálice de brecha sendo de novo encerrada
qual lança ainda cravada
esperando
por louvor, devoção e entrega
retirada...
A minha terra é Viana!
Sou do monte e sou do mar. Só dou o nome de terra Onde o da minha chegar!
Ó minha terra vestida Da cor da folha da rosa! Ó brancos saios de Perre Vermelhinhos na Areosa!
Virei costas à Galiza; Voltei-me antes para o mar… Santa Marta! Saias negras Têm vidrilhos de luar!
Dancei a Gota em Carreço, O Verde Gaio em Afife Dancei-o devagarinho Como a lei manda bailar!
Como a lei manda bailar Dancei em Vile a Tirana E dancei em todo o Minho Quem diz Minho, diz Viana…
Virei costas à Galiza; Voltei-me então para o Sul… Santa Marta! Trajo Verde… Deram-lhe o nome de azul…
A minha terra é Viana São estas ruas estreitas São os navios que partem E são as pedras que ficam. É este sol que me abrasa, Este amor que não me engana, Estas sombras que me assustam… A minha terra é Viana.
Virei costas à Galiza… Pus-me a remar contra o vento… Santa Marta! Saias rubras… Da cor do meu pensamento!
Como a lei manda bailar Dancei em Vile a Tirana E dancei em todo o Minho Quem diz Minho, diz Viana…
da saudação à Galiza e da Saudação Rosalia - obras de vida e verdade - Pedro HOMEM de Mello