Quando...
Os teus dias pareçam as névoas doOutono desfolhando ao vento dos dias e das horas lentos... que não passam... que se estravasam em novas horas e novos dias repetidos...
Quando, os teus pensamentos e sentidos estiverem toldados: pela rotina modelados... sem vento nem saída - janela, casa ou perspectiva...
Quando: a vida que por ti clama se torna numa pálida e incipiente chama... que a brisa apaga e que a tua força ainda não consegue suster...
Então - recorda!
Quem é este ser?!?!?...
Este que agora escreve... este que agora relê?...
Quem é esta presença - que enclausurada entre quatro paredes - se desliga e suspende - o vínculo vital que o prende a tudo aquilo que REALMENTE ele É?...
Quem o que tenciona?
Quem pontapeia esta bola em direcção à escola da vida que se pretende apreender?...
Quem o que ignora... quem o que pretende saber?
Quem o que anseia? Quem o que suspira... quem o que receia não encontrar guarida no teu coração de mulher?
Quem o que aspira a te encontrar por inteiro neste que fala, pensa, sente e te quer?...
Quem o que por mim respira? Quem o que através de mim fala? Quem o que comigo aspira à imensa e única chama?...
Quem o que curva entre as sombras... quem o que ondula nas linhas brancas?
Quem o que se esconde agora e promete estar contigo quando a noite acalma?...
Quem?... digo EU... quem te vê?
A ti - sim - a ti; oh tu que me lê...
Ou pensas que me és indiferente? Pensas que o teu pensar e sentir já não penetrou em mim?... e - EU - em ti?...
Quem pensas que és? Ser isolado, que se esconde como gado e se humilha a meus pés?!?...
Tu ÉS!
És o ser que me encontra, o que comigo toma o pão e o vinho e se faz mesma carne.... és arte... movimentoe vida... por isso te posso sentir... assim...
Além, de definição e estrutura... SEI quem tu ÉS!...
TU ÉS!
Não te serve, não te chega? Não te sobeja para arrancar esse ser que lateja de entre a imensidão das horas; elevar-te por entre os rescolhos e despojos arrancados aos que ainda provam - dia a dia; hora a hora - que respiram a vida - que marcam perspectiva e se não rendem perante a idiota tirana que se entende soberana deste mundo nossa nação...
Aqui nascidos, aqui crescidos... aqui estão as raízes dos nossos avós...
Queres mais - queres saber quem... o quê.... somos nós!
Somos o lume que dá vida à treva... a vida que aquece e eleva o que de ti mais alto há para refinar...
Somos NÓS...
Tu e eu - que me lês, que te vês, que te repulsas e impulsas e que aqui regressas para te ver...
Eu sou tu... tuas costas no espelho da vida... tuas quimeras e conquistas e batalhas perdidas...
Onde quer que vá - tu vens.. e onde quer que estás - estás em mim também...
Por isso - VÊ...
Não há coisa como a separação - apenas linhas e limites que a mente tece constantemente para nos manter na ilusão...
Mas TU - que és EU
TEU - VÊ
TEMET
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