Existo verdadeiramente SE sou amado...
Ou, de como os adultos constroem castelos na areia que o Grande Mar se diverte a modelar...
Há um fenómeno curioso no mundo da física...
Já ouviram falar do fenómeno da dupla fenda - na que se projectam electrons através de uma fenda dupla e se "ilumina" a sua passagem com fotões... se analisam os padrões de interferência e se procuram ilações sobre o efeito de dualidade onda/ partícula inerente a ambos os elementos na física da mecânica quântica...
Este efeito tem várias questões interessantes... uma delas é o princípio da complementariedade...
A "conciência" inerente ao padrão electromagnético que se traduz ora como partícula (electrão/ fotão) ora como onda "escolhe" apenas um estado para se manifestar e nunca ambos em simultâneo...
Depois a evolução...
Já Neils Bohr falava acerca destes temas, Pauli e Eisenberg vieram colocar um pouco mais de dúvidas probabilísticas na até então poderosa física Newtoniana e os modelos "fixistas" do mundo e do Universo...
Se pensarmos que Descartes procurava "provar" a existência de uma "causa", subindo para isso a escada dos "efeitos" (duvidáveis pelo que passíveis de ser testados e definidos) que essa causa gerava, implicitamente procurava provar Deus; a consciência universal, o campo energético amplificado... (escolha o termo que mais agrade: de Brahman a matriz energética Unificada) usando a razão como ferramenta, compreendemos as dúvidas filosóficas titânicas que as primeiras linhas da mecânica quântica levantavam...
Já vamos ver porque Bohr e Einstein discutiam intensamente... só lembrar que, para Eisntein: "Deus não joga aos dados com o Universo"...
Bohr devia estar mais a pensar nas partidas de dados "per se" do que propriamente em quem jogava esses mesmos dados...
Se queremos "apanhar" uma onda/ partícula em "flagrante" precisamos dois factores curiosos: definir a posição e a velocidade dos "sacaninhas"...
Para que tenham uma ideia - para observar algo necessitamos luz (ver no escuro é complicado... vejam o que acontece quando vão à casa de banho no estremunhar da madrugada e não acendem o interruptor... dá sempre asneira)...
Assim... temos padrões de luz mais perto do vermelho (os preguiçosos... suas ondas são bocejos longos e extensos) e padrões mais perto do azul/violeta (os "hiperactivos" - seus padrões ondulatórios fininhos e apertadinhos... cheios de "stresse")... este o mundo da luz "visível"... depois temos os infra-preguiçosos (vermelhos) e os ultra hiperactivos (violeta)...
Se queremos saber a velocidade dos pacotes energéticos de nome giro, então projectam-se feixes de luz de onda longa preguiçosa... calcula-se a localização aproximada; se queremos ter com precisão a localização exacta... atiramos pacotes hiperactivos, fininhos e intensos, que põe a onda/ partícula a mexer como o diabo foge da cruz...
Incerteza... e probabilidade...
Depois o princípio curioso: o Observador interfere com o fenómeno observado... e aqui entramos na "zona quente".
Eisntein discutia afirmando que há uma separação entre o universo observado e o observador... Borh já defendia algo diferente... que havia pontes de união que se manifestavam de forma óbvia na interpretação dos fenómenos observados...
As pontes entre a física, a filosofia e a religião ("religio", "religare", ligar o que se encontra fraccionado) estavam a mostrar um fenômeno curioso acerca da natureza dual universo/ observador... haveria também aqui um princípio de complementaridade?...
Físicos como Amit Goswami vieram dar mais polemica à discussão...
Se gente como David Bohm já falava num universo holográfico com uma ordem explicita à superfície e uma ordem "implícita" em termos de profundidade (e "oculta" à percepção sensível habitual); se biólogos como Rupert Sheldrake falavam sobre campos mórficos de consciência (sistemas de informação sem energia que coordenavam os sistemas biológicos desde um plano intrínseco) este senhor - Amit Goswami - veio invocar princípios da mecânica quântica para colocar em palavras eruditas o que muitos de nós sentimos no fundo...
Assim, baseado no princípio da causalidade descendente (a "realidade" traduz-se por ondas de probabilidade... para que uma dessas ondas "colapse" e se "materialize" torna-se necessária a interferência de um observador)...
Ou seja, afinal não é um fenômeno de interferência: o observador não está ali a lixar o experimento... ele "materializa" o experimento com a sua existência... dá sentido ao potencial latente através da sua vontade...
Há complementaridade entre onda universal e partícula universal...
Lembro fotógrafo Japones - Masaru Emoto - que advogava o princípio da atenção...
Em termos gerais - aquilo que projetamos como ideias/emoção transformava a forma molecular dos cristais de água uma vez esta era congelada...
Sentimentos e conceitos a estes associados que transmitissem bem estar provocavam padrões uniformes e geometricamente mais concisos do que padrões de pensamento e emoção associada que fossem disruptivos... estes provocando padrões desorganizados nas moléculas congeladas...
Como somos - biologicamente - compostos de uma elevada percentagem de água - então as nossas emoções e pensamentos condicionam a qualidade da nossa "matéria" e também a da matéria em redor...
Este senhor falava de uma outra experiência: a do arroz.
Arroz colocado em casa era exposto a atenção positiva e negativa...
O da atenção positiva crescia mais rápido... o da negativa esmorecia...
Numa segunda fase, colocava-se o arroz que não recebia atenção alguma... este esmorecia e muito mais depressa do que aquele exposto a atenção negativa...
Desde o ponto de vista humano... torna-se fácil extrapolar: preferimos o carinho e a atenção que valorizem o nosso ser sobre o que não o valoriza e - numa situação na que expostos a falta de atenção - preferimos apanhar pancada a estar sós...
Depois... o foco de atenção: despertar implica ir ganhando consciência ativa da capacidade de projetar energia em formas pensamento carregadas de emoção e intenção.
Implica a ligação intrínseca a uma matriz de SER maior, a uma Consciência Universal e implica a RESPONSABILIDADE sobre os efeitos gerados pela própria existência...
Depois do agregar geológico, da transformação biológica, seguindo a ferramenta de apoio tecnológico que permita a concretização da ligação ser-consciente/ ser-consciente (telemóveis, internet e trebelhos afins) chegamos ao patamar - "desperto" - e a rede de pensamento unitário.
A isto, três grandes da filosofia/religião/ciências exatas chamavam de "NOOSFERA" : o filósofo Frances Jules le Roi, o paleontologista jesuíta Pierre Theillard de Chardin e o geoquímico Russo Vladimir Vernardsky
Agora - saindo de falácias pseudo-científicas e entrando num mundo mais abrangente...
Se o princípio da causalidade descendente é válido, então podemos dizer que nós - como fenómenos - existimos porque uma consciência maior ou central quebra a onda de probabilidade que representamos e a transforma em fenómeno "concreto" e observável... daqui a nossa dualidade como onda potencial e como partícula factual.
Ou seja: existo porque "algo" me observa. Um algo que tem em comum comigo o mesmo código fonte, comunicar em sintonias semelhantes... cada vez mais curioso este mundo dos castelinhos de areia das ciências, da religião e da filosofia...
Antes de avançar e - para esclarecimento dos adultos eruditos que possam ler este artigo: desde já invocaríamos o princípio da HUMILDADE (ou a historinha da torre de Babel, cada um escolha a versão que mais lhe apraz... eu prefiro a dos castelinhos de areia);
- ficamos a saber, personagens da Die Unendliche Geschichte: um ser integrado num sistema está limitado na cartografia desse mesmo sistema pelo simples facto de lhe pertencer (já ouço o Bohr e o Einstein outra vez a discutir lá atrás... estes dois);
- as personagens de um livro não estão despertas para o facto de estarem a ser "lidas", pelo que as suas divagações acerca das dimensões da sua aventura são puras fantasias literárias...
Em termos de "castelinhos de areia dos adultos" (aliás teorias científicas), o senhor Kurt Gödell exprimiu muito bem a INCOMPLETUDE da nossa santa matemática... ou seja, disse às crianças/adulto para voltar a gostar de brincar a fazer castelinhos na areia, sem se preocuparem muito se eram castelos reais...
ah, o Grande Mar... sempre tão sábio e paciente com as birras existenciais dos seus rebentos de duas pernas...
Em termos de frases lapidares poderíamos dizer: não é a meta, é o caminho e a forma como o percorres que faz a viagem (é claro que - sem meta - não há caminho... pelo que muitas "avestruzes" humanas poderiam tirar a cabeça da areia e começar a caminhar... vejamos se as minhas penas já estão secas...);
Voltando ao mundo formal. Falamos de novo da "causa", "princípio universal"... o patrocinador da nossa brincadeira existencial, no fim de contas...
Este "observador último" teria características curiosas...
Uma delas é que ama... sentindo que por amor falamos do amor maior: Ágape, o grande mar, satori, nirvana, buddha/ iluminação, santidade/ centro...
Formularia um postulado: existo porque sou amado;
Passaria à exploração desse mesmo postulado desde o ponto de vista humano: o ser humano que é amado desenvolve-se e cresce em termos da manifestação do seu pleno potencial... logo o seu centro, o seu caminho de "iluminação" passa por uma frase atribuída a Santo Agostinho e que já se advinha numa narrativa medieval "Gargantua e Pantagruel":
Faz o que quiseres... escrito num convento na montanha para aqueles que simplesmente estavam alinhados com o centro e a consciência universal que Ama... como "uno em si mesmo"... o centro da esfera... e Agostinho apontava o caminho para o centro: "Se amares farás o que queres"
Daqui vem o complexo... descobrir o que é isso de "amar" que tanto nos aproxima da sintonia de onda que nos "observa" (prefiro a palavra cuida... do latim "curare" ou "cuidare"... "dar atenção") e nos ama incondicionalmente... pois é essa intervenção consciente - esse quebrar da onda de probabilidades - que manifesta no mundo concreto a minha dualidade de onda/ partícula (Daniel concreto e vibração potencial)...
Aprender a completar a escada do Eros/ Filos/ Ágape como diriam os amigos gregos antigos seria como mergulhar no mundo novo em termos de Chronos/ Kairos/ Aeon... comprimentos de onda em termos de tempo que traduzem a proximidade ao centro...
Como numa esfera... desde o "emovere"... as ebulições da esfera emocional... sempre prontas para captar a atenção das esferas nossas "irmãs" para o arco íris dos sentimentos que - sendo refinamentos da percepção consciente - promovem a ponte de passagem para o centro imóvel... a causa que Descartes perseguia... o trono de diamante onde o iluminado se senta... o "cor"... o centro... o coração liberto que ama e assim observa o universo o fazendo SER... aquilo que chamamos de "real"...
No centro da galáxia, um ponto observa... no seu Ágape orbita o silêncio... no silêncio a harmonia das esferas... na harmonia das esferas o pentagrama musical onde cada uma das notas representa o seu papel no tecido da criação... sinfonia que se ouve em estado expandido de consciência...
Dançamos nas asas do ETERNO?
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