Uma cultura – na actualidade – desenvolve-se ao ritmo acelerado que os tempos ditam;
Tal como uma maçã de estufa – tratada com substâncias para permitir o seu crescimento bombástico, exposta à luz artificial para dar uma cor sugestiva, protegida dos elementos para não ter de apresentar as cicatrizes do seu próprio crescimento;
Quem dela se alimente, alimenta a ilusão de um mundo novo – no que tudo é belo e perfeito – longe de imaginar os condicionalismos que fizeram possível o crescimento de tal fruto; que - muitas das vezes - pode estar podre no seu coração e que, regra geral – não tem o sabor que apresentam as pequenas e mirradas maçãs de verão crescidas nos pomares da nossa infância;
Assim sendo – uma cultura não amadurece com duzentos ou trezentos anos – muito menos numa geração; apresentará carências que poderão evidenciar a falta de coerência nas suas opções, que – impreterivelmente – criarão atritos desnecessários com o intuito de fornecer o crescimento e desenvolvimento dos indivíduos que a compõem através das suas próprias opções, ganhos e reformulações após a consciência do erro;
Assim sendo – uma cultura não amadurece com duzentos ou trezentos anos – muito menos numa geração; apresentará carências que poderão evidenciar a falta de coerência nas suas opções, que – impreterivelmente – criarão atritos desnecessários com o intuito de fornecer o crescimento e desenvolvimento dos indivíduos que a compõem através das suas próprias opções, ganhos e reformulações após a consciência do erro;
Uma das facetas que mais intriga relativamente à cultura dita “Occidental e Moderna” é a definição dos elementos considerados “género”, “estereotipo” e “sexo”, todas elas vinculadas (se não mesmo englobadas) dentro da visão abrangente da grande quimera actual – a sexualidade e a sua vivência na dita “plenitude”;
O facto de se poder “experienciar” cada vez mais cedo a vivência daquilo que para os nossos pais estava socialmente velado (talvez como forma de promover a solidificação estratificada da relação e um alicerçar de passos lentos e estáveis no conhecimento próprio e do outro) cedendo-se lugar a uma polaridade entre o interesse patológico e a fria vulgarização;
Assim, estamos num momento “sexocêntrico” – no que parece que o sentido da vida e a escala de valores que orientam as opções do indivíduo (para não arriscar das sociedades que este integra no mundo ocidental) se relacionam com a vivência imediata do prazer, a sua intensidade e os meios necessários para obter o máximo de satisfação com o mínimo de investimento pessoal… algo que – posteriormente – formatará pessoas em função destas mesmas opções e dará a profundidade pessoal equivalente à maturidade integrada nas opções realizadas;
Questões como coerência e opção ponderada têm sido sublimadas para dar azo a uma estrutura que promove o “aqui e agora” – compre agora, pague depois; não se responsabilize – tudo é válido e tudo é possível; "ganhe sem esforço", "comprometer-se é atar-se e ser livre é estar livre de compromissos"… inclusive para consigo mesmo – qualquer coisa que atire cá para fora é válida e a censura apenas serve para lhe causar atritos desnecessários;
"Compre o analgésico da endorfina" ou "consuma o prestígio adquirido pela sua imagem estereotipada" têm sido argumentos esgrimidos pela indústria de compra e venda de adereços que ajudam a reforçar um sistema altamente agressivo, instilando hábitos e atitudes compulsivas baixo o pretexto da liberdade e emancipação do indivíduo, género ou mesmo raça e sistema de governo…
Nestes momentos, pondero a coesão dos movimentos ditos libertatários, compostos por bastantes jovens idealistas com currículos parcos (se não mesmo esbatidos) nas suas costas, procurando explicar a sua própria lassidão mudando as regras de contexto para se adequarem à sua menos-valia em termos de opções e esforço desenvolvido para as fazer valer;
O oportunismo da “nova era” apanha desprevenidos aqueles que almejavam transições graduais e expansões da consciência do indivíduo e do estado-nação através de passos sistemáticos – lentos – mas tendentes a um desenvolvimento ponderado;
Neste momento arriscamos que as forças caóticas (não sujeitas à razão e ao método) tomem conta da vontade do homem, conduzindo-o mais perto da sombra animal da qual se elevou ao erguer-se na sua marcha bípede;
Neste momento arriscamos que as forças caóticas (não sujeitas à razão e ao método) tomem conta da vontade do homem, conduzindo-o mais perto da sombra animal da qual se elevou ao erguer-se na sua marcha bípede;
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