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segunda-feira, maio 10, 2010

Artes Marciais

ARTESNo Sábado, estávamos na aula… os meus “campeões” de meio metro tinham vindo… como já se começa a tornar costume, entregam-se de corpo e alma (e eu bem que o sei, pois passam a vida a requerer a nossa atenção) durante duas horas, para aprender mais e dar mais.


Nesta dinâmica das artes marciais, é importante facilitar ferramentas de trabalho válidas para a vida do aluno… atitude, capacidades de raciocínio, cálculo de distâncias, orientação espacial, ambidestrismo, consciência do corpo, capacidade relacional, auto-confiança entre outras… bases de qualquer arte marcial que se preze.


Neste âmbito, vai-se criando um ambiente familiar, que se pretende intenso e agradável – o ser humano apenas desabrocha por inteiro no solo fértil.


As adversidades (os desafios) que lhes apresentamos são criados para reforçar a consciência das suas capacidades e da capacidade de transcender-se, não como formas de estabelecer limites estanque que os prendam desde dentro numa tenra idade.


Neste contexto, foram criadas equipas para torneio e demonstração. O estímulo para o desenvolvimento é enorme e, como contagiamos as crianças com a sede de aprender e de amar o que fazem na arte, torna-se complexo explicitar a criação de equipas diferentes dentro do seio da família mãe.


Como vão ter de competir uns com os outros, mesmo que entendam que são todos companheiros de trabalho, no fundo é complexo dissolver a sensação de vencedores e vencidos, de melhores ou piores…


A essência da arte marcial implica unificar a humanidade (como a dança, nascida ao mesmo tempo).


Como é complicado dar esta ideia a entender, dialogava com o grupo explicando perante as suas caras “virgens” neste assunto, que agora - ainda que fossem a mesma família e que continuassem a ser como irmãos, teriam que competir como equipas separadas, pois as normativas assim o exigiam.


O Gonçalo, de 7 anos, que tem sempre umas saídas engraçadas, chamou-me - dedo no ar:


“Professor, professor, tenho uma dúvida!”


Lá olhei para ele, com aquela cara castiça que o miúdo tem, procurando discernir qual a novidade que sairia daquela cabeça nesta ocasião.


“Diz Gonçalo”


“Quando disse que éramos como irmãos, queria dizer irmãos como filhos do mesmo pai e da mesma mãe?”…


Bem, o sorriso aflorou, e os de 10 anos lá se riram da pergunta do moço.


“Não Gonçalo, é porque suamos juntos, damos o máximo juntos e crescemos juntos debaixo do mesmo código de valores” – esta seria a resposta que lhe poderia dar logo que a pergunta aflorou.


O interessante é que as crianças conseguem trazer à superfície o fina que é a camada de verniz que os adultos aplicaram sobre a sua estrutura social para que esta aparentasse coerência e sentido…


Bem-haja as crianças que nos desafiam a mantermo-nos fieis à honestidade original.


MARCIAIS











1 comentário:

Micas disse...

Hoje o dia também é teu lá em "Casa".
Beijo