Lembro no caminho de Santiago, quando chegava um monte – como o “Alto del Perdón” ou o Cebreiro – o caminhar tornava-se vagaroso, o rosto contorcido pelo esgar de esforço, as gotas de suor começando a aflorar na pele.
Nesses momentos, baixava o olhar até apenas ver a ponta das minhas botas, sem me assustar com o que ainda faltava de encosta. Empurrava o corpo algo para a frente para suportar melhor o peso da mochila e caminhava em passos curtos, sem esticar muito as pernas.
Com humildade ia-se subindo. Com perseverança – pequeno passo a pequeno passo. Nada de festivo nem espalhafatoso – apenas um bamboar suave de lado a lado, o som da respiração pesada e a concentração da tarefa a realizar.
Subir na encosta da vida poderá parecer semelhante. Quando caímos há que voltar a subir – com passos pequenos e olhar posto na ponta das botas.
Assim me parece agora o caminhar…
Sem comentários:
Enviar um comentário