Pensei em falar do caminho de Santiago - de como o comecei e onde...
Com ele vai um poema que já tem catorze anos, pelo que merece respeito pela sua velhice...(não - não vou virar para o fleumático, é só uma mania de agora e com termo certo)
No fundo, um pouco do que fui e pelo que decidi pôr-me em caminho.
Espero que gostes...
Vida
Só quando o sono me vence confesso a verdade;
Só quando a dor me esquece confesso a saudade
do tempo que já passou, do sentimento que ficou.
Só quando a minha alma chora,
Quando o único que quero é ir-me embora,
Só aí pressinto… conheço a razão:
de ser assim, de aqui estar, de em ti morar.
Pois sou um naufrago do verso,
Que por entre as linhas disfarça seu pesar,
Um ser confuso, submerso,
Que a si mesmo quer matar.
Vago no hoje e perco-me no amanhã,
O sentido da vida desconheço já;
E o horizonte deixa de ser uma linha,
Torna-se no destino que me persegue,
Na lâmina de um verdugo,
A salvação mais triste e covarde
para alguém que - até agora - estragou tudo.
Quero perder e triunfar, viver e acabar;
Quero desistir e começar, estar só e amar;
Quero sonhar e acordar, estar preso e voar,
Viver sem descansar, subir sem saltar;
Quero ser e estar, contigo e em ti,
Amar-te até estourar, odiar-te até ao fim.