quando estivermos
lado a lado
olhar em olhar
quando as capas se rasguem
ou se diluam ao nos ver passarjá lonje
dos medos das duvidas das faltas de esperança
assim te encontre assim me vejas
assim me ouças assim sejas
simples e bela como o entardecer
sensivel e forte qual madrugada
simples e subtil qual o anoitecer
esse anoitecer de luar e pratas
e quando oiças a voz desconhecida
desse ser que trova sem parar
desse coração que tem em ti e em mim guarida
saibas que fosses a primeira
a ouvir essa nossa voz a começar a falar
e qual crianças recém nascidas
qual poema poesia
asssim a se saborerar
lento suave e leve
qual despedida
que ninguém deseja
para depois se voltar a encontrar
e nessa saudade
destes tantos e tantos anos!
deste esperar que sejamos à vontade!
assim seguir e seguir sem parar
seguir com o coração a alto
no peito a se exprimir e a nos abraçar
e no passo de eco toldado
pela emoção de o saber assim tanto
ouvir sem saber
ouvir o eco do entardecer
o eco desse passo dado...
a dois como assim tem de ser
e ao caminhar, sem querer, ter andado
indo e vogando - andando vestidos
de entrelaçados dedos, abraçados como só nós saberemos
vestidos de gemas assim a se saber reconhecer
lado a lado em todo o lado marcar pauta sem nada dizer
apenas com estas roupas
apenas com estar
apenas com o ser
apenas ao abraçar
e nesse novo desconhecer
para criar a ilusão do momento e nela plantar fina flor
e nessa semente entr'io espaço e o tempo nãomais a perder
sempre a ganhar n'uma so palavra de amor um mundo novo a começar
e nessas lindas folhas briosas apenas por estares lá assim tu
sentindo perenidades formosas
das folhas ainda aonde se escreveram as prosas
que antecediam posias sem fim
eu em ti
tu em mim
ao rever-se
reflexo do mundo em tom de cristal
pingentes cintilam os momentos
que de verdade ainda poderão em nós escapar
de entre as rédeas do que não é permitido
e trazer sonhos do nada
qual da promessa do amanha um novo ser renascido
até ao mundo sentido e vivido
no fiel presente desta nossa ansia de poder voar